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sábado, 14 de setembro de 2013

O ano em que o sábado superou a sexta-feira


Eu nunca fui fã de sextas-feiras. É o dia da semana mais cheio e sinônimo de "deadline". A semana inteira é empurrada com a barriga até chegar na sexta. Aí é só trabalhar e viver de comprimidos pra dor de cabeça. Mas esse ano, algo de extraordinário aconteceu! A sexta virou só mais um dia cansativo e o sábado ganhou toda a carga de stress + dor de cabeça. 

Sei a culpa é toda minha. Eu decidi abraçar o mundo, ser três ao mesmo tempo e falar quatro línguas. Decidi alguma coisa sozinha pela primeira vez e não gostaria de desistir agora, mas percebo que superestimei minha saúde mental. Para quem ainda não entendeu: tenho aula aos sábados de 9h até as 19h, com uma pequena pausa para almoço.

Nas primeiras semanas, estava indo tudo bem. Até que, há um mês, parei de sentir fome. Estou tão estressada que não vejo graça na comida. Só como para não ter hipoglicemia e fim. Sirvo meu prato todos os dias com muitas cores e seguindo todas as recomendações da minha nutricionista. Bastante carne, pouco arroz, nada de frituras, metade do prato de salada colorida. Então eu me sento, olho para aquele arco-iris de sabor e sinto vontade de levantar sem nem tocar em nada. Lógico que como tudo, pois hipoglicemia é pior que a morte, mas fico meio estranha o resto do dia.

Isso de aula até a noite durante a semana e ainda mais aulas aos sábados, está me deixando tão cansada e irritadiça, que parei de gostar de ouvir música. Minhas músicas preferidas não me deixam mais com o coração brilhando. Elas me deixam com dor de cabeça, e eu fico querendo arremessar meu iPod pela janela do ônibus depois do primeiro riff.

O que tenho feito para me distrair é ler. Estou lendo freneticamente. Sempre que tenho tempo livre, seja no ônibus, ou nos intervalos das aulas, mergulho em algum livro. Nem j-drama tenho assistido. Não me dá mais aquela ânsia de saber o que vai acontecer nos próximos episódios.

Estou me tornando uma pessoa apática, tão preocupada com as coisas a fazer, que não consigo aproveitar nem um instante do meu dia. Estou ficando mal humorada para tudo. Nada me apetece, nada me anima. Espero ter feito a escolha certa. Espero que o futuro compense esse ano difícil. E ainda espero sobreviver com a mente sã, sem efeitos colaterais.

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